25/10/2023
A Voltz, uma startup brasileira de motos elétricas, foi fundada em 2017 com a ambição de se tornar a primeira marca brasileira a apostar em motos elétricas. No início, suas vendas eram feitas por WhatsApp, mas depois a empresa abriu diversas lojas e teve vendas recorde, atraindo grandes investidores. A fabricante foi apelidada de Tesla brasileira por conta do seu sucesso.
No entanto, a Voltz enfrenta uma crise financeira e pode desaparecer do mercado. Boatos sobre a crise da empresa correm na internet há alguns meses. O fundador e CEO da startup, Renato Villar, explicou em uma entrevista de como a situação chegou ao ponto atual. Basicamente, a Voltz cresceu além do esperado e não conseguiu honrar seus compromissos. Em cerca de três anos, eles saltaram de 100 para 2,4 mil motos encomendadas e aumentaram em 10 vezes o número de funcionários. O problema é que a fabricante não conseguiu dar conta desse boom de vendas e começou a atrasar muito suas entregas.
De acordo com um distribuidor ouvido pelo site, no final de 2020, sua loja recebeu cerca de 500 reservas da Voltz. Infelizmente, dos 178 pedidos entregues, 129 foram cancelados devido aos atrasos da fabricante. Infelizmente, esse cenário se repetiu em outras lojas.
Além disso, a Voltz atrasou os pagamentos de comissões e multas de rescisões das lojas, prejudicando também os distribuidores. Como resultado, a empresa enfrenta diversos processos judiciais e viu sua rede de lojas diminuir de 70 unidades para pouco mais de 50.
O plano para voltar ao mercado
Apesar do cenário repleto de incertezas, o empresário dono da Voltz acredita que a empresa pode se recuperar. Para isso, um grande corte de gastos foi feito, na tentativa de organizar a casa e melhorar o fluxo financeiro da empresa. O quadro de funcionários ficou menor, sendo de 100 profissionais na atualidade, contra os cerca de 400 que haviam no auge da Voltz.
A fábrica da empresa segue ativa e produz cerca de 70 motos diariamente. No entanto, isso é bem abaixo da capacidade da planta, que pode fabricar até 200 mil unidades por ano, o que dá cerca de 550 motos por dia.
Renato Villar, fundador e CEO da Voltz, planeja encontrar um parceiro que assuma o projeto da empresa. A ideia é atrair uma fabricante de carros elétricos para que haja uma troca de tecnologias em um primeiro momento. Depois, o empresário tentaria vender a empresa para essa fabricante quando a operação voltasse a ser sustentável.
Apesar das incertezas, Villar está otimista com seu plano de recuperação. Ele diz que a empresa segue forte, mesmo com a crise, e que é possível sair dessa situação. No entanto, só o tempo dirá se a Voltz voltará aos tempos de glória ou se sumirá completamente do mapa.
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