22/08/2016
A venda de carros usados no Brasil continua sendo um negócio promissor. Enquanto as vendas de carros novos caminham para o 4º ano consecutivo de queda, o mercado de usados está resistindo melhor à crise, e a negociação de modelos com até 3 anos acumula alta de 22% com relação ao ano anterior, de acordo com a Federação de Revendedores (FENAUTO).
O problema é que, em virtude do desespero de vender logo o usado para conseguir ter o dinheiro em mãos, os donos se esquecem de alguns detalhes e acabam vendendo o veículo por um valor inferior ao seu real custo.
Para reduzir as chances de isso ocorrer, separamos algumas dicas que irão te ajudar a valorizar o veículo e conseguir um preço melhor na hora de fechar o negócio.
O que mais chama atenção em um anúncio de venda de carros são as fotos. Portanto, quanto mais fotos estiverem à disposição do usuário, melhor.
Procure fotografar a frente, a traseira e a lateral do carro. Na foto da lateral, mostre o carro na diagonal, enquadrando o veículo todo. Na hora de fotografar a parte interna do automóvel, ligue o painel para chamar mais atenção e mostre a quilometragem do veículo.
Evite também fotografar objetos dentro do carro, adesivos ou qualquer tipo de acessório que personalize demais o veículo. Objetos jogados podem indicar certo desleixo do dono. Se tiver DVD, computador de bordo e outros opcionais fotografe tudo! Também é essencial tirar uma foto do motor, sem se esquecer de limpá-lo antes disso.
O ambiente no qual o carro será fotografado também influencia na hora da compra. Procure um local iluminado, ao ar livre, sem poluição visual e não fotografe o veículo com alguém dentro dele.
Pode parecer meio óbvio, mas essa dica é extremamente importante. É mais barato manter o carro em dia do que fazer tudo de uma vez para passá-lo adiante. O investimento em uma suspensão nova, por exemplo, dificilmente será recuperado.
Se os freios estiverem chiando, troque as pastilhas e não se esqueça de fazer alinhamento da direção e balanceamento das rodas, já que muitos compradores fazem um test-drive antes da compra.
A limpeza interna é outro item simples que também melhora a aparência, assim como o estofamento que deve aparentar cuidado, para que o comprador não desista da compra ao ter uma primeira impressão negativa.
Alguns consumidores desistem de uma oferta ao perceberem que ela não tem todos os detalhes descritos no anúncio. Por isso, reserve alguns bons minutos do seu dia para fazer uma descrição bem minuciosa do veículo.
Cite dados históricos do veículo, como o tempo de utilização, a quilometragem e eventuais opcionais que tenham sido instalados. Descreva também itens do carro ou características que você considere relevantes, como a economia de combustível, o som eficiente ou o conforto, mas sem exageros.
Também é importante incluir alguma coisa que personalize seu carro, como o fato de o carro só ter rodado em estradas, um eventual tratamento de pintura ou de estofamento, o fato de o veículo nunca ter sofrido um acidente ou, se for o caso, que o vendedor foi seu único dono.
O preço justo nem sempre é aquele que você gostaria, porém, preços que fogem da realidade podem assustar potenciais compradores. Lembre-se que, nos 2 primeiros anos, a desvalorização é mais acentuada e, nos anos seguintes, ela vai se estabilizando ao redor dos 10%.
Por estabelecer um valor que não fuja muito do padrão (nem para mais, nem para menos) é importante consultar uma das duas principais tabelas usadas como referência no mercado de usados, a tabela FIPE ou a Tabela Molicar. Se quiser apressar a venda, você pode dar um desconto de 10% a 20% sobre o preço das tabelas.
Assim como em qualquer tipo de venda, um bom atendimento é muito importante. Porém, com a internet fazendo parte do nosso dia a dia, os compradores passaram a ter urgência no recebimento da resposta. Sendo assim, um retorno imediato pode ser o critério usado pelo consumidor para se decidir.
Durante o atendimento, busque mostrar o seu comprometimento. Compras pela internet podem ser muito impessoais e isso costuma levar os compradores a desistirem do processo. Que tal fazer uma ligação mostrando seu interesse e descrevendo o carro com mais detalhes?
Revise os principais itens do carro, como óleo, freios, pneus e parte elétrica, não só para que a venda seja rápida, mas definitiva. Se houver algum problema, você pode ser acionado e ainda receber de presente uma baita dor de cabeça, a fim de solucionar a questão.
Procure deixar seu carro o mais original possível. Mesmo que você tenha investido um bom dinheiro em uma peça customizada, como uma roda com aro maior, por exemplo, seu carro terá um valor de revenda menor com a presença de itens que não são originais.
Para conseguir uma venda mais rápida, tire todas as customizações que você realizou no seu carro. Os veículos que possuem engates e outros adereços normalmente demoram mais para serem comercializados.
Se for negociar o carro com uma revenda, deixe o reparo de pequenos detalhes por conta do comprador. Normalmente as concessionárias têm parcerias com funilarias e podem fazer os reparos sem problema.
Além disso, repinturas podem desvalorizar o carro, já que os veículos originais têm preferência, como já explicamos no item anterior.
Muitas pessoas pensam em colocar pneus novinhos para valorizar o carro à venda. O problema é que essa estratégia nem sempre é assertiva. Os compradores particulares e as concessionárias não valorizam muito o fato de ter pneus novos.
Além disso, pneus de carros como os de utilitários ou caminhonetes têm valores mais elevados, e esse investimento não vai aumentar a liquidez do automóvel. Claro que, se o pneu está totalmente gasto, o comprador não vai ter uma boa impressão. Mas, se estiver em estado razoável, não é preciso investir em novos.
Se o veículo ainda estiver no período de garantia do fabricante, apresente o manual do proprietário, onde devem constar os carimbos de todas as revisões obrigatórias nas concessionárias. Além disso, ter a chave reserva do veículo também é um diferencial importante na hora da venda.
Para que a venda se concretize, ambas as partes devem assinar a Autorização para Transferência de Propriedade de Veículo (ATPV), que fica no verso do Certificado de Registro de Veículo (CRV). Este documento é recebido pelo proprietário ao comprar o carro novo e é aquele que as concessionárias costumam orientar que fique guardado em casa.
É muito importante que antes de assinar o CRV, o proprietário se certifique do recebimento do valor acordado na venda. Após receber o pagamento, o vendedor deve preencher os dados do verso do CRV (como o valor negociado e os dados do comprador) e reconhecer a firma em cartório. Em hipótese alguma o vendedor deve entregar esse documento em branco ao comprador do veículo ou a despachantes.
Também é imprescindível que seja tirada uma cópia autenticada do CRV, pois se o novo dono não fizer a transferência do carro, e o vendedor receber multas e notificações após a venda. Com a cópia autenticada ele pode comprovar que o carro não lhe pertence mais.
Dentro de 30 dias, deve ser encaminhada ao DETRAN estadual uma cópia autenticada do comprovante de transferência de propriedade assinado e datado. A comunicação de venda é exigida por lei e está no artigo 134, do Código de Trânsito Brasileiro.
Esse procedimento é indispensável para que o vendedor não seja responsabilizado civil e criminalmente por débitos futuros relacionados ao veículo, como multas ou IPVAs em atraso, ou mesmo um acidente com vítimas.
Com essas dicas, vai ser muito mais fácil valorizar o carro na hora da venda. Depois de vendê-lo, conta pra gente como foi!
Até a próxima!
Muito bom conteúdo, principalmente no tópico sobre pinturas automotivas.
www.cacarvalho.com.br